Em vista do rigoroso inverno que cai sobre o Oriente Médio, o presidente da Caritas Líbano, Simon Faddoul, está muito preocupado com a situação dos refugiados sírios no Líbano. Numa conversa com a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) no último sábado, Faddoul falou: “A temperatura está em torno de zero grau. Em muitas áreas onde há refugiados já nevou. Nosso coração esta com essas pessoas, que primeiro sofreram com a guerra para depois terem que fugir e finalmente perderem suas casas. Muitas crianças não têm roupas para enfrentar o frio. Há falta de cobertores, alimentos e muitas outras coisas. Eles ficam em suas tendas, nas marquises de edifícios ou em alojamento provisórios rezando para que a tempestade passe sem destruir seus abrigos. Em resumo: é uma vida miserável que eles estão levando”.

As organizações de ajuda humanitária no Líbano fizeram o seu melhor para ajudar o povo, explicou Faddoul. O governo libanês fez também o que podia. Mas não foi o suficiente. “Estamos dispostos a fornecer ajuda de emergência. Fizemos isso ano passado quando fortes chuvas levaram as barracas e os pertences dos refugiados. Agora o nosso pessoal está distribuindo cobertores, roupas, combustível e alimentos onde podem.” continuou Faddoul.

A população do Líbano, que antes era de aproximadamente 4 milhões, abriga agora mais 1,1 milhão de refugiados sírios, contou Faddoul. “Apelamos para todas as pessoas de boa vontade e com um coração generoso para reconhecer esta situação dramática e ajudar para que as dificuldades do povo sírio não sejam esquecidas. Eles precisam do nosso apoio. As organizações de ajuda humanitária, por sua vez, precisam de apoio para aliviar a dor e o sofrimento de tantas pessoas”, disse Faddoul.

A situação na Jordânia também preocupa. Depois do Líbano é aqui que a maioria dos sírios procuram refúgio. Há 400 mil refugiados sírios na Jordânia, este é o número que as Nações Unidas contabiliza. Omar Abawi da Caritas jordaniana disse à Ajuda à Igreja que Sofre: “Por causa do inverno, a situação é dramática. As pessoas não estão habituadas a estas temperaturas e não estão preparadas para enfrentá-las. Ajudamos onde e como podemos: com cobertores , roupas e material que os possa aquecer. Neste momento estamos preparando um programa de emergência para atender cerca de 70.000 pessoas.” Segundo Abawi, os cristãos estão evitando os campos de refugiados por medo de serem atacados nestes locais. A maioria está sendo acolhida nas igrejas, casa de parentes ou em casas particulares. Eles são suspeitos de estar do lado do regime. Portanto, não é possível garantir a segurança nos campos. Desde junho 2011 aproximadamente 190.000 refugiados foram registrados com a Caritas da Jordânia. “Ajudamos independentemente de religião”, continuou Abawi.

A tempestade de inverno “Alexa”, que trouxe uma frente fria para o Oriente Médio desde quarta-feira da semana passada, tem diminuído. O gelo que se formou com as baixas temperaturas começa a derreter, transformando assim os campos de refugiados em verdadeiros pântanos.

A Ajuda à Igreja que Sofre está apoiando os refugiados de dentro e de fora da Síria. Padre Andrzej Halemba, chefe do departamento para o Oriente Médio da AIS, disse na terça-feira: “Não é fácil organizar o trabalho de caridade na Síria e nos países vizinhos. Muitos lugares são inacessíveis para se enviar ajuda. Nós da Ajuda à Igreja que Sofre fazemos uso de canais da Igreja. Isso nos ajuda a chegar aos mais diversos lugares e levar ajuda onde realmente se faz necessário. Desde o início do conflito conseguimos enviar mais de seis milhões de reias para a Síria, graças aos nossos benfeitores no mundo todo. Em 2013 apoiamos refugiados na Jordânia, Líbano e Turquia com 600.000 reais.” Padre Halemba enfatizou que a fome era o maior perigo enfrentado pelos sírios. “Oitenta por cento deste povo tem medo de que sua comida acabe. Os preços estão explodindo: em alguns lugares o preço do pão aumentou mais de 5 vezes. Mesmo os alimentos básicos são difíceis de encontrar e dificilmente acessíveis. Sem ajuda de fora muitos não irão sobreviver. . . “

Padre Halemba vê nestes necessitados que as intenções do fundador da Ajuda à Igreja que Sofre estão sendo cumpridas. “Padre Werenfried, nosso fundador, escreveu uma vez: ‘Cristianismo sem amor é uma mentira. Agora é a hora de provar o nosso amor aos nossos irmãos e irmãs em Cristo que estão em tão grande necessidade.'”

Segundo o Pe. Halemba as perspectivas para 2014 são sombrias. “75 por cento dos 22 milhões de sírios precisarão de ajuda humanitária no ano que vem e não poucas vezes ouvimos a pergunta: ‘Por que o mundo se esqueceu de nós?'”

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